A greve dos Correios, que paralisou seus serviços por três semanas em julho e deixou cerca de 130 milhões de entregas em atraso, derrubou o resultado da estatal. O lucro operacional, que havia alcançado R$ 329 milhões no ano passado, cairá para menos de R$ 50 milhões em 2008. Apesar de manter-se na liderança, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) perdeu clientes corporativos que, insatisfeitos com a paralisação, fecharam contratos com concorrentes para a distribuição expressa de correspondências.
Para encerrar a greve, a estatal aceitou pagar adicional de 30% de risco ao salário de 43 mil carteiros, além de um benefício de R$ 260 a 16 mil funcionários. "A folha de pagamento aumentou R$ 380 milhões, perdemos negócios e a concorrência aproveitou para fechar contratos de seis meses ou mais no mercado corporativo", lamenta o presidente da ECT, Carlos Henrique Almeida Custódio. Animados com o desfecho da paralisação em julho, os funcionários agora cobram a reposição das perdas salariais desde 1994. A estatal oferece 6,23% - equivalente à inflação dos últimos 12 meses - e as negociações se arrastam há mais de um mês.
A queda-de-braço com os sindicatos não tem sido a única dor de cabeça recente. Desde dezembro de 2006, os Correios estão sem publicidade. No ano passado, as três licitações para contratar novas agências geraram tanta polêmica que uma delas foi cancelada e a outra aguarda decisão dos tribunais, após recursos judiciais dos perdedores. Só uma das licitações foi inteiramente concluída. O contrato, de R$ 45 milhões por um ano (prorrogável por outros cinco), será assinado nos próximos 15 dias com a Artplan. A agência de Roberto Medina se encarregará da publicidade - em todas as mídias - que envolve os serviços de Sedex. Mas a propaganda institucional dos Correios continuará congelada.
0 comentários:
Postar um comentário